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Por Thatiana Pimentel.
Com uma flor no cabelo, blusa de paetés e milhares de jóias, Suzana Vieira entrou no auditório Plínio Salgado, onde ocorreu a coletiva de imprensa com os atores da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, na noite da última quinta-feira, causando rebuliço. Já na porta, a atriz dá mostras que não é exatamente uma pessoa paciente e simpática: “Não, meu bem, vou primeiro conversar com os jornalistas, depois, se você quiser, a gente tira uma foto”, falou para algumas de suas inúmeras fãs presentes.
Um ponto para ela, que respeitou os repórteres que estavam esperando pela coletiva. Na hora de sentar, porém, outro problema: a cadeira era muito baixa. “Ai gente, vou sentar nisso não. Arrumem alguma cadeira mais alta!”, reclamou. Questão resolvida, Suzana começa a entrevista falando de sua Maria, que seria diferente das feitas em anos anteriores. “Queria uma personagem inconformada. Gente, o filho dela está morrendo, não posso ficar só chorando. Nenhuma mãe ficaria”.
Polêmica, ela revela que discorda que Jesus seja filho do Espirito Santo, como escrito na Bíblia. “Para mim, ele foi concebido por José e Maria e só depois Deus o escolheu para representar seu filho na terra”. Na primeira pergunta da noite, mais um “fora”. Uma criança presente na platéia pergunta: “E quem é Maria para você?”. Suzana retruca de pronto: “Meu filho, passei meia hora falando justamente isso”.
Segunda pergunta da noite: “Suzana, percebemos que você teve dificulade com a sincronia entre suas falas e o texto pré-gravado...”, ensaia um jornalista da Rádio Palmares. Antes dele concluir o raciocínio, outra resposta desconcertante da atriz. “Você foi o único jornalista que veio aqui fazer uma pergunta irritante. Parece com os repórteres cariocas. Errei sim, porque não estou acostumada. Esse sistema só existe aqui, até na Brodway usa-se microfones”, disse aspera e irônica.
Nessa hora, todos os jornalistas estavam com receio de fazer perguntas, mas, a partir daí, a entrevista fluiu bem. Falante, animada e impressionantemente bonita e conservada para sua idade (estima-se que ela tenha mais que 65 anos), Suzana afirmou que adorou conhecer Nova Jerusalém, que está morrendo de saudades do namorado, Sandro, e que está amando conhecer a família Pacheco. “São umas gracinhas”, disse.
Ela também revelou que seu filho, nora e neto mais velho, devem vir no próximo sábado, direto dos EUA, para ver o espetáculo. “Descobri que aqui no Recife vocês têm voo direto para Miami. Pedi para os meninos virem me assistir, porém eles voltam na segunda-feira. Pois é, a gente é rico né? A gente pode!”, afirmou, arrancando gargalhadas da platéria.
E as pérolas da atriz não param por aí. Entre um e outro comentário, Suzana disse que acha incrível como algumas pessoas do Nordeste, região que considera atrasada e miserável, conseguem subir na vida. “Quando fiz Maria do Carmo, na novela Senhora do Destino, quis mostrar uma nordestina que não é pobre, nem palhaça. As pessoas têm essa ideia daqui e quis fazer diferente”. Até agora me pergunto se isso foi um elogio ou uma crítica.
Suzana explicou ainda a causa da vermelhidão do seu olho esquerdo. “Fui tirar uma foto e acabei, eu mesma, enfiando um graveto no meu olho. Mas, amanhã vou para Caruaru. Me disseram que tem uns três bons médicos lá e que eu poderia me consultar com eles sem receio”. Por fim, na hora das fotos, mais uma “graça”. Ao tentar enquadrar a atriz, o fotógrafo demorou um pouco para achar o foco da máquina. Suzana, então, se irritou: “Meu filho, se você trabalhasse comigo, já estaria demitido”.
O que ficou dessa entrevista imprevisível foi a impressão de que a atriz é abusada, arrogante e impaciente. Mas, não esconde isso e não tem medo de falar sua opinião. Ou seja, de hipocrita, ninguém pode acusá-la.
retirado do site:www.diariodepernambuco.com.br
quarta-feira, 21 de abril de 2010
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