terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ORBITA MOBILE. SOMZÃO









...trajetória de um corpo, Órbita.
...que tem movimento ou está suspenso, Móbile.

Nem grande, nem fixa, nem vaga, nem clara, apenas uma idéia! Já não se sabe quem ou porque, mas o fato é que se quis com um querer tão imenso, que enfim existiu... Órbita Móbile.

Nada de novo, tampouco revolucionário, simplesmente uma banda.

Tentou exaustivamente fugir de um rótulo, e acabou Independente. Nada mais clichê para um grupo que não queria ser nada, e estar ao mesmo tempo em todo lugar e lugar algum, portanto uma obviedade paradoxal.

Led Zeppelin, Tom Zé, Muse, Os Mutantes, Radiohead e Nação Zumbi, tudo que chama atenção e goza de prestígio com crítica nós colocamos.

- Como assim, um som antropofágico? – foi o que perguntou um dia o baterista, quando não fazia a menor noção do que isso queria dizer. Aliás, também não entediam os guitarristas, o baixista e o vocalista. Sim, um quinteto, soteropolitano e com uma estranha urbana urgência de viver e composições impregnadas de cidade e século XXI: sonhos, vertigens, ansiedade e porque não, amor?

Os que inadvertidamente ouvirão a Órbita Móbile podem ter uma sensação mentol no juízo, mas não digam “gostei” imediatamente, pois este som é propositadamente construído para lhe causar um mau hábito: o do consumo indiscriminado. Não chega a se tornar um vício propriamente, apenas uma involuntariedade compulsiva.

Para os que se arriscarão a ouvir a Órbita Móbile mesmo cientes dos prejuízos que serão fatalmente causados, ainda devem atentar que: nem arte, nem artistas. Não busquem qualquer uma dessas coisas ao ouvir a banda. Música, será tão somente isso que vocês irão encontrar, ou como decodificou minha mãe para os amigos, com todo orgulho de quem imagina que entendeu tudo: “Meu filho toca rock!!!”




Quer saber? é só ouvir!

Rota do Tempo

Com um duro golpe no juízo
Desorientado e sonolento
Embolado no fio da meada
Um baque surdo, um mergulho
É como se sonhar com uma vertigem
É como correr sem ver passar
O caminho que não se dobra
Mesmo à velocidade da luz
Na tangente do universo paralelo
Numa rota de colisão contra o tempo

Medidas

Tão sem moderação
Que um só gole não satisfaz
Mesmo tonto de tanto uso
Se quer tomar à pulso
Tão sem moderação
Que um só trago não sacia
E por constante uso
Descontrole o pulso
Ativando espasmos
Provocando ânsia
Congestionando
Explodindo
Que não se suporte
De puro e excesso
E com todo abuso
Visto que vício
Alguém que me queira
E me tome a amar
Com dedicação e desperdício



Oco do Mundo

Eu sou o filho bastardo
De um romance safado
E um amor desbotado
Deserdado
Sujeira besta de vida
Que não se sabe, duvida
Marca no rosto, esculpida
Escarrado
Por puro vício delinqüente
Esquálido cabide de gente
Drogado como um demente
Rejeitado
Fruto caído no vago
Menino doido imundo
Perdido sem saber em que buraco
No oco do mundo
Fui criado
Quis fugir da vida
E não acho a saída
Oco do oco do mundo
Louco do oco do mundo
Oco do oco do mundo
Louco do oco do mundo



retirado do site:www.orbitamobile.com.br


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