quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
JÁ PENSOU AS MULHERES COM AS MESMAS TARAS DOS HOMENS?
Pois assista este video. hilário!
retirado do site:http://www.dailymotion.com/sedentariotube
retirado do site:http://www.dailymotion.com/sedentariotube
MUAY THAY PARA ORFÂOS.
O Muai Thay na Tailândia é um dos, senão o, esporte mais popular entre jovens e adolescentes. Essas são fotos de uma escola de treinamento para crianças orfãs que veem no esporte um possível futuro promissor,no Brasil infelizmente em vez de seguirmos a lição dos indonésios criamos mini-prisôes para adolescentes e casas da apoio que viram a morada eterna dos orfâos,uma realidade cruel.
texto adaptado por:facaoamolado.blogspot.com
retirado do site:fottus.com
texto adaptado por:facaoamolado.blogspot.com
retirado do site:fottus.com
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
BLOGS. POR ALMA RUBRA.
BLOGS
Quando os blogs apareceram não se deu muito crédito a eles. Como sempre a juventude aderiu primeiro e apareceram diários públicos no formato blog. Reflexões sobre a vida tal como eram feitas nos diários tradicionais mas abertos ao público.Nada de se estranhar , como se sabe uma das tendências da cultura moderna é a não valorização da privacidade, nem sua nem alheia. Depois deste modismo inicial os jornalistas aderiram em massa ao fenômeno blog. Hoje é praticamente impossível um grande jornalista não possuir um. A massificação deste modelo é enorme: poetas, contistas, pessoas que gostam de desenho, música, fotografia, etc. Sobre esta última forma de arte é bom frisar que apareceram os fotologs e hoje a pirataria da música migrou para blogs especializados no assunto.
Qual a vantagem do blog? A facilidade de fazê-lo. Como se sabe o primeiro espaço de uso individual na internet foi o sítio (aqui no Brasil conhecido pela palavra estrangeira “site” ), mas os sítios são difíceis de se fazer , precisa-se de alguém especializado para construí-lo, enquanto o blog é de uma simplicidade incrível.
A massificação do blog é um fenômeno que aponta na direção da democratização da informação. Qualquer pessoa pode montar um blog e nele dar opiniões sobre qualquer assunto. Alguns analistas não vem com bons olhos esta massificação. Apontam para o perigo da ditadura dos “não especialistas”. Como qualquer um pode montar seu blog avoluma-se na internet uma grande quantidade de opiniões errôneas, absurdas e até mentirosas sobre os diversos assuntos. Isso é verdade, mas sempre foi esse o risco da democracia. Nem sempre todas as opiniões ditas na Ágora grega eram sábias. O medo da democratização da internet é um velho medo que as elites tem da democracia. Afinal qual a vantagem de uma ditadura de “especialistas”?
A multiplicidade de blogs nada mais é que um espelho da multiplicidade de opiniões na sociedade. Blogs racistas, homofóbicos, de fanáticos religiosos, de aberrações direitistas de todos os formatos disputam espaço com blogs progressistas, defensores da razão e divulgadores da cultura. Cabe a quem acessar a internet filtrar as informações e rejeitar o que não presta.
Em Paulo Afonso os blogs vieram para ficar. Como em qualquer lugar do mundo o caráter democrático da internet estimulou o surgimento de vários blogs como locais para expressar opiniões, mostrar trabalhos literários ou expor fotos. São muitos, citarei apenas alguns. Como era de se esperar apareceram os blogs de expressão política. Um fenômeno comum ao redor do planeta. O blog do Dimas Roque (dimasroque.com.br) é um exemplo deste tipo, tendo se destacado na oposição ao atual governo municipal. O blog do Bob Charles (jornalforquilha.blogspot.com) é uma extensão do seu trabalho com o jornal forquilha, de sua propriedade. Bob é um velho militante do jornalismo em nossa cidade e o forquilha conquistou um espaço que poucos jornais conseguiram em Paulo Afonso. Um dos melhores blogs de autoria de um pauloafonsino, e dos mais visitados também, é o de Tales Vilar (facaoamolado.blogspot.com) que se especializou em mostrar curiosidades artísticas “garimpadas” na internet: desenhos, fotos, pinturas, músicas, etc. De todos é um dos mais organizados, sempre atualizado (toda semana) e com uma bela apresentação gráfica. O jovem Marcos Pinheiro renomeou e modificou seu antigo blog (agora chama-se circuitopa.blogspot.com). O trabalho de Marcos é voltado para a divulgação de eventos culturais em nossa cidade e incentivar a valorização de artistas locais. É um excelente espaço para quem quer conhecer a programação cultural local. O estudante Jorge Leberg possui dois blogs, mas um deles (jorge-leberg.livejournal.com) com o sugestivo nome de “escrivaninha do psicótico” merece destaque. Jorge tem se especializado em crítica literária e cinematográfica. É uma promessa para o futuro. Até Nildo “aranha” criou o seu blog (nildoaranha.blogspot.com) com o título de “andarilho da cidade”. A idéia é mostrar fotografias com as mazelas urbanas de nossa cidade para cobrar das autoridades as soluções cabíveis. A idéia é boa mas falta atualizar. Possuo dois blogs mas já abandonei o primeiro (aristoteleslima.uniblog.com.br) e uso apenas o novo (aristoteleslima.blogspot.com). Ambos com o mesmo título de “alma rubra” (como se sabe o “Rubber Soul” é um dos melhores discos dos beatles). O meu blog não está entre os melhores pois não o atualizo sempre. Como gosto de escrever é nele que publico meus textos. Gosto de exercer o direito democrático da opinião livre. O blog apareceu como um bom espaço para isso.
Recentemente um novo formato apareceu na internet: o Twitter. Também editor de texto mas com limitação de caracteres. Uma frase apenas. Como sempre a juventude passou a frente e hoje é difícil encontrar um adolescente que não possua um Twitter.
A revolução provocada pela internet ainda não acabou e novos formatos poderão surgir. O blog é, literalmente, uma página importante nessa história.
Aristóteles Lima Santana, 21/12/2009.
retirado do blog:http://aristoteleslima.blogspot.com
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
MISTURAR E DESMISTURAR.
Bem se for realmente uma montagem está bem feita, os caras misturam dois líquidos que com uma reação quimica(creio eu) fica com um cor azul marinho e quando mexido com um canudinho volta a tornar-se cristalino...sei não viu.
retirado do site:http://xpock.com.br
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
sábado, 12 de dezembro de 2009
Meski Mood e Wood. Trailer
Esses caras são feras da música instrumental contemporânea
retirado do site:http://www.mmw.net
retirado do site:http://www.mmw.net
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
CULTURA RACIONAL.
Fonte do conhecimento RACIONAL.
É lá que se acham as respostas para as questões fundamentais da vida humana:
QUEM SOMOS?
DE ONDE VIEMOS?
POR QUE VIEMOS?
PARA ONDE VAMOS?
Ao ler o livro UNIVERSO EM DESENCANTO a pessoa passa a sentir os efeitos positivos da ENERGIA RACIONAL que ali está materializada nas mensagens da CULTURA RACIONAL.
O SABER RACIONAL produz efeitos não só no entendimento , mais principalmente no curso da vida humana.
O LIVRO UNIVERSO EM DESENCANTO FOI DITADO PELO RACIONAL SUPERIOR: UM SER DO MUNDO RACIONAL.
NELE ESTÃO CONTIDAS TODAS AS MENSAGENS RACIONAIS PARA A DEFINIÇÃO DA VIDA, DO COMEÇO AO FIM E PARA A IMUNIZAÇÃO RACIONAL DO HOMEM PARA LIVRÁ-LO DOS MALES QUE SÃO PRÓPRIOS DESTAS ENERGIAS DEFORMADAS ELÉTRICA E MAGNÉTICA.
RACIONAL SUPERIOR
SÓ UM HABITANTE DE UM MUNDO SUPERIOR À ESTE MATERIAL-ESPIRITUAL DEFORMADO É QUE PODERIA DEFINIR E HISTORIAR TODA EPOPÉIA HUMANA DESDE O INÍCIO NO MUNDO RACIONAL ATÉ A NOSSA CONDIÇÃO PROVISÓRIA COMO ANIMAIS RACIONAIS.
O RACIONAL SUPERIOR NÃO É ESPÍRITO, pois um espírito é um ser pertencente à esta deformação e vive de mistificar sem definir o seu princípio e o seu fim.
quer saber mais? acesse:http://jarb3mjc.sites.uol.com.br
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
IRISMAR, O MESMO SANGUE DE PATATIVA.
"Ensinando a ver o mundo" não é apenas uma frase bonita, de efeito. Ao contrário, resume uma realidade cada dia mais palpitante, com exemplos abundantes de jovens cegos que alcançam vitória contra a deficiência e conquistam um espaço digno na sociedade.
Pedro Irismar de Alencar é um desses exemplos. Este rapaz é sobrinho do nacionalmente consagrado poeta popular Patativa do Assaré. De lá, do Assaré, ele veio para o Instituto já com 22 anos de idade. Fez ali o Curso Fundamental, mas não se contentou com isso. Para superar a defasagem da idade, matriculou-se numa escola regular onde concluiu, com assinalada competência, o curso denominado de "Madureza".
O passo seguinte foi o vestibular para História, passando direto na Universidade Estadual do Ceará. Impressionante: classificou-se em primeiro lugar.
O seu ideal era tornar-se professor de cegos, como uma espécie de contribuição à causa dos seus companheiros de deficiência. Especializou-se e hoje é, como sempre desejou, professor do Centro de Educação para Deficientes Visuais, órgão do governo estadual.
Nos bancos acadêmicos conheceu e amou uma deficiente como ele, casando-se, e constituindo um lar feliz.
Pedro Irismar vive honrada e destacadamente da sua profissão de professor, devotando-se às letras e, em particular, à poesia, nas pegadas do tio famoso.
Irismar Alencar
Irismar Alencar
Do talento poético deste homem extraordinário, que cegou já adulto, ilustramos a página seguinte com estes sentidos e bonitos versos de sua autoria:
VALEMOS O QUE SOMOS
AGONIZASTE A ERMO E NINGUÉM VEIO
CALAR TEU PRANTO OU OUVIR TEU GEMIDO
SOMENTE O TOSCO LEITO MAU VESTIDO
OUVIU CALAR-TE O CORAÇÃO NO SEIO
CHORAR POR TI NINGUÉM VIRÁ, EU CREIO
POIS NUNCA FOSTES POR ALGUÉM QUERIDO
SÓ POR NÃO TERES NUNCA POSSUÍDO
ALGO QUE NELES DESPERTASSE ANSEIO
MAS SE FOSSES POR ACASO UM MAGNATA
TERIAS AO CRÂNIO AURÉOLAS DE PRATA
ENTRE SOLUÇOS, ORAÇÕES E MIMOS
POIS PARA ESTA ATROZ HUMANIDADE
SERVA DO ORGULHO E DA INIQÜIDADE
VALEMOS NÓS O QUANTO POSSUÍMOS.
ENSINANDO E APRENDENDO
Realizado profissionalmente, ao lado de sua Leide, que perdeu a visão total alguns anos depois de casada, Irismar Alencar manda essa mensagem aos que padecem do seu mesmo drama:
"Importante é não se deixar levar pelo desânimo. Isto não nos leva a lugar nenhum. A revolta e a indignação não resolvem o nosso problema. Tenho minhas mágoas, mas consigo controlá-las. Continuo cultivando meu espírito grego de aprender e, quanto mais ensino, mais aprendo" – palavras suas à repórter Rose Mary Bezerra de Menezes, numa longa e comovente matéria publicada no Diário do Nordeste, de 28 de abril de 1991.
retirado do site:www.sac.org.br
MESTRE ADOLFO, O ILUMINADO.
Entre as rochas altaneiras que desenham a paisagem áspera de Quixadá, nasceu, produziu e baixou ao seio da terra, um homem de inteligência ímpar. Não diríamos um gênio para não vulgarizar o elogio merecido ao que fez neste mundo Adolfo Lopes da Costa, que, tal como Aderaldo, perdeu o sentido de visão ainda muito jovem. O infortúnio não o atirou na desesperança, nem ao "muro de lamentações" dos vencidos. Pelo contrário. Parece que, perdida a luz dos olhos, robusteceu a sua capacidade intelectiva, produzindo nesse período de cegueira, desdobrado entre 1932 e 1997 quando faleceu, obra extraordinária em diferenciados campos da atividade humana.
Adolfo – ou mestre Adolfo – pontificou por mais de meio século em Quixadá, destacando-se como um mecânico para o qual os motores não tinham segredos, também como músico, radialista, artesão de fantástica habilidade e imaginosos desejos de criar.
Sobre Adolfo Lopes, que Quixadá e grande parte do Ceará tão bem conheceram, fala de ciência própria seu conterrâneo e amigo, Marcelino Queiroz, sem esconder o entusiasmo por tudo que ele realizou naquela cidade cearense:
"Em nossa comunidade, entre tantos homens de valor pessoal, um merece de fato capítulo especial, por sua dignidade, sua valentia diante da desdita que o atingiu em plena juventude, dono de uma capacidade de luta invulgar. Refiro-me a Adolfo Lopes da Costa, que morreu no dia 18 de junho de 1997. De origem humilde, cedo partiu para Fortaleza, onde não pôde desenvolver grandes estudos face à necessidade de prover o sustento e ajudar os pais. Nele despertou precocemente a tendência para a mecânica, procurando engajar-se nas poucas oficinas existentes naquelas primeiras décadas do século anterior. Seu talento nato logo despertou o interesse de quem dele se aproximava. No empenho de conseguir algo melhor, aceitou submeter-se a um estágio nas oficinas da antiga Rede de Viação Cearense, dedicando-se de corpo e alma ao aprendizado. De tal modo que não tardou a ser admitido como funcionário, ganhando a bagatela (sic) de 12 mil réis por mês. Mas aquela passagem pela RVC foi decisiva para ele, porquanto travou conhecimento com o que havia de mais avançado em termos de máquinas a vapor.
Desestimulado pelos parcos salários, decidiu, num rasgo de coragem, enfrentar a vida por conta própria, não obstante a precariedade das condições de trabalho na cidade acanhada daqueles tempos remotos. Poucas eram as máquinas para cuidar em Fortaleza".
A VOLTA A QUIXADÁ
Seu renome de bom mecânico chegou aos ouvidos do então vigário de Quixadá, D. Lucas Reuzer, que precisava de alguém para cuidar do seu automóvel, o único da cidade dos monólitos naquela época. Corria o ano de 1926, quando Adolfo voltou à terra natal. Mas, consertado o carro, o Vigário revelou não ter condições de contratá-lo como motorista e mecânico efetivo. Em outras palavras, estava desempregado e tinha que começar a luta. Optou por permanecer em Quixadá. E por sugestão de D. Lucas, instalou uma pequena oficina mecânica, para o que contou com a ajuda de alguns amigos. Ali teria, como teve, todas as oportunidades para demonstrar a exuberante força do seu talento."
O GOLPE DO DESTINO
Trabalhando, tendo sempre serviços para assegurar-lhe a subsistência, Adolfo considerou que chegara a hora de assumir a responsabilidade do casamento. Encontrou na jovem quixadaense Luiza o amor e a companhia para todo o restante da sua existência.
Dois anos apenas depois de casado, eis que um golpe do destino vem para feri-lo. Uma grave moléstia passou lentamente a consumir-lhe a visão. Como um mecânico, lidando com motores complicados, iria se comportar com a perda parcial da vista? Buscou o auxílio da Medicina, de todos os recursos disponíveis então, mas a doença avançava inapelavelmente. Nada foi possível para evitar a fatalidade. Em 1932, estava completamente cego, o que poderia parecer um entrave intransponível à sua atividade profissional.
Dias cruéis, naquele ano marcado por uma das mais sérias secas do Ceará. Cego, as oficinas vazias de fregueses, um homem qualquer seria dominado pelo pânico, pelo desespero. Não Adolfo Lopes da Costa, que não era um homem comum, tinha dentro de si tantos e tão fortes engenhos, que não seria a carência de um dos sentidos que o faria sucumbir. E Adolfo pôde mostrar, na noite escura que se apossou dele, todo a imponderável condição que o ser humano guarda em seu âmago para superar os piores reveses.
retirado do site: www.sac.org.br
ADERALDO, O CANTOR DA ALMA SERTANEJA.
Lendário como o Padre Cícero, como Frei Damião, Virgulino Lampião, ou em termos mais recentes, tão famoso e querido quanto Luis “Lua” Gonzaga, o Cego Ade-raldo vagueou por todos esses rincões ora cinza, outra, ora ver-de-jantes do Nordeste brasileiro. Com sua rabeca melodiosa e os versos a brotar fáceis do seu estro, tornou-se uma referência regional, para ganhar depois notoriedade em todo o País.
Aderaldo Ferreira de Araújo não nasceu cego. Veio ao mundo com a luz dos seus olhos em 24 de junho de 1878, numa ruazinha suburbana da cidade do Crato. Muitos o consideravam filho de Quixadá, onde se radicou desde os primeiros meses de vida.
“Tenho aqui minha morada
como residência e pouso
Vivo alegre e cheio de vida
Que não me falta conforto
Penso que só saio daqui
Um dia depois de morto” - versava para esclarecer a sua relação com Quixadá, onde o pai Joaquim Rufino Araújo, alfaiate de profissão, chegou naqueles finais do Século XIX com a mulher, Dona Olímpia e três filhos, dos quais Abelardo - o nome verdadeiro do famoso cego - era o caçula. Ninguém o chamaria por todo o sempre de Abelardo, e sim de Aderaldo, tomando a deficiência visual a condição de pré-nome.
Famoso Cego Aderaldo
Famoso Cego Aderaldo
Órfão bem cedo, pois tinha poucos anos quando faleceu o pai, vítima de um derrame (congestão, como se dizia outrora) que o deixou inválido por muito tempo, o que levou Aderaldo, com tenra idade, a começar a lutar pela sobrevivência. Foi aprendiz de carpinteiro, auxiliar de ferreiro, trabalhou de um tudo, “só não fui guia de cego”, costumava dizer. E cego se tornaria já quando rapaz, aos 24 anos, abruptamente, em plena rua de Quixadá, após ingerir um copo d’água. Trabalhava então como ajudante de uma caldeira, sob alta temperatura. Sentiu uma sede imensa, o que o levou a pedir um copo d’água numa casa próxima. Mal acabara de sorver a água, sentiu uma dor inconmensurável na cabeça, uma sensação de aperto sobre os olhos, que pareciam receber uma carga de espinhos. Em minutos, a escuridão absoluta tomou posse dele. A vida seria outra dali em diante. O que fazer, sem a vista? Cansado, adormeceu e no sono sonhou que estava cantando. E foi assim, ao levantar-se, que pela primeira vez Aderaldo recorreu à inspiração poética que guardava no peito, fazendo, em versos, uma prece a São Francisco:
“Ó Santo de Canindé
que Deus te deu cinco chagas
fazei com que este povo
pra mim faça as pagas
uma sucedendo as outras
como o mar soltando vagas”.
Milagre do santinho de Canindé, protetor dos pobres e desvalidos, ou fruto da necessidade de arranjar o pão de cada dia sem a luz dos olhos, Aderaldo tomou prontamente a decisão de que não iria estender a mão à caridade, encontrando na sua arte o meio de sensibilizar o povo a oferecer-lhe “as pagas como o mar soltando vagas”.
Para felicidade sua, uma moça de Quixadá, sua conhecida, e apiedando-se de sua inesperada cegueira, doou-lhe um cavaquinho, instrumento que, sem ninguém para ensinar, aprendeu a manejar em curto espaço de tempo. Todo o seu talento musical se projetaria a partir daí. Além do cavaquinho, tornou-se exímio tocador de violino (rabeca), de bandolim e quantos outros instrumentos de corda lhe caíssem às mãos.
Começaram as cantorias. Garante o pesquisador João Eudes Costa, autor de um cuidadoso estudo sobre Cego Aderaldo, que sua primeira estrofe, em som abafado, teria sido esta:
“Ah! Se o passado voltasse
todo cheio de ternura
eu ainda tendo vista
saía da vida escura.
Como o passado não volta
aumenta a minha tristeza
só conheço o abandono
necessidade e pobreza”.
O desabafo de quem ainda não dimensionara toda a grandeza do seu próprio valor que iria, pouco a pouco, se afirmando nos desafios emocionantes nas feiras ou nos terreiros das fazendas, provocando lágrimas e gargalhadas dos circundantes, sempre em número crescente.
De acordo com o mesmo depoente, Aderaldo teria lhe confessado que se sentia feliz após uma cantoria, quando recebia, além de alguns níqueis, muitas prendas - milho, feijão, queijo, farinha, rapadura, essas coisas típicas do sertão, que lhe garantiam o seu sustento e de sua mãe viúva. Tinha na mãe um esteio espiritual, um objetivo de vida. Cantava e versejava pensando nela, para dar-lhe o que precisava em sua solidão na velhice.
Um dia, quando retornava risonho de um desafio de viola, com o alforje prenhe de mantimentos, deparou-se com a mãezinha querida agonizando. Morreria momentos depois, coberta pelas lágrimas derramadas dos olhos opacos do filho generoso.
A pobreza era de tal monta, que - contava Cego Aderaldo - não dispunha de vintém para fazer o sepultamento da velhinha, que teve o corpo estirado sobre uma esteira de palha, enquanto ele saía transido de dor, em busca de meios para dar um enterro cristão à mãe que idolatrava.
Soube que, no único hotel de Quixadá naquele tempo, estavam hospedados uns paroaras, como se chamavam os nordestinos que retornavam da Amazônia endinheirados.
Os homens bebiam em grande algazarra, deles se aproximando, Cego Aderaldo para pedir uma ajuda destinada ao enterro da mãe. Um dos homens, muito embriagado, disse que só ganha dinheiro quem trabalha e zombou do pedinte humilhado. Mesmo assim, entre lágrimas, Aderaldo disse que diria uns versos para justificar a caridade e improvisou na hora:
“Ó Deus,
lá do alto do céu,
de sua celeste cidade,
ouça-me cantar a força
devido à necessidade:
aqui chorando e cantando
e mãe na eternidade”.
E continuou soluçante:
“Perdoe-me minha mãe querida
não é por minha vontade
são as torturas da vida
que vêm com tanta maldade
chorarei meus sentimentos
de vê-la na eternidade”.
Os paroaras, mesmo bêbados, não esconderam a emoção e lhe deram 20 mil réis, dinheiro bastante para as despesas com o sepultamento.
retirado do site:www.sac.org.br
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
REAL OU MONTAGEM?
Bem eu não testei, mais se alguém o fizer deixa um comentário aqui tá bom?
retirado do site:http://xpock.com.br
retirado do site:http://xpock.com.br
domingo, 6 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
DESIGN: GRAVURAS MODERNAS.
Assinar:
Postagens (Atom)