quarta-feira, 29 de outubro de 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

ELEIÇÔES MUNICIPAIS DE PAULO AFONSO-BA


A campanha em 2008 em Paulo Afonso começou com uma história de ficção: a candidatura de Paulo Rangel (deputado estadual, PT) para prefeito da cidade. Uma candidatura que só existiu na cabeça dele e de alguns poucos seguidiores e que, por meio de artifícios golpistas, redundou na candidatura de Maninho. Os petistas, em sua grande maioria, queriam voltar às graças do prefeito Raimundo Caires (PSB). O rompimento com o prefeito, por insistência de Rangel, revelou-se um equívoco para estes petistas, haja visto a SO estreita aliança do governador com Caires. Um encontro municipal do PT indicou o então presidente do partido para vice de Caires, mas o diretório, influenciado por Rangel, anulou tal decisão e lançou candidatura própria. A partir daí o PT se dividiu na cidade.
Duas outras candidaturas nanicas aparecem com Nicolsinho (PSDC) , que ninguém sabe porquê lançou-se candidato, e Val (PP) que representou o grupo de Mário Negromonte (deputado federal, PP). O grupo de Mário foi um dos artífices da campanha vitoriosa de Caires em 2004 e depois, como era de se esperar, causador de uma série de crises político-administrativas da sua gestão (sou particularmente desconfiado de alianças eleitorais amplas demais desde o governo Waldir Pires nos anos 80. Você ganha a eleição com mais facilidade mas depois é o caos).
A campanha de 2008 também ressucitou um morto (politicamente falando): o tal do Anilton Bastos (PFL/DEM). Este sem ter nenhuma história como político foi eleito prefeito em 1992 apoiado pelo seu tio, o sr. Luis Barbosa de Deus (deputado estadual, DEM), este sim o verdadeiro líder das forças conservadoras e de direita na cidade. Após o fim de sua gestão em 1996 o sr. Anilton recebe ordens de seu tio para não sair mais candidato e fica no limbo durante doze anos (estranhamente este fato não foi usado por Caires em sua campanha). Luis de Deus indica seu irmão Paulo para ser o candidato em 1996 e ano 2000, em duas campanhas vitoriosas garantidoras de sua hegemonia política na cidade. Em 2004 o PFL lança mais dois parentes de Luis de Deus na chapa majoritária para a prefeitura, um deles com péssima fama moral. O erro estratégico, aliado ao desgaste natural de dezesseis anos no poder, contribui para a vitória de Caires. Agora Anilton é ressucitado e ao lado dele um empresário respeitado na sociedade paulafonsina como vice. Luis de Deus aprendeu a lição. Quem não aprendeu foi o grupo de Caires.
O ressucitar de Anilton já era previsível. Em sua gestão (1993-1996) foi um gastador convicto. Os asseclas de Luis de Deus o adoravam pois tudo o que pediam recebiam. Foram eles (e não Luis) que espalharam a lenda de Anilton como prefeito excelente. Preocupado com a gastança do seu sobrinho Luis de Deus escolhe o seu irmão como candidato em 1996. Este com fama de controlador de gastos. Anilton vai para o limbo e seu nome sempre usad0o nas discussões políticas como virtual candidato do PFL. Tornou-se um ás na manga de Luis de Deus e um fantasma para os grupos que lhe fazem oposição. Após a derrota em 2004 era previsível que o DEM usasse sua carta mais forte.
Raimundo Caires conseguiu um grande feito em 2004: quebrar a hegemonia do grupo de Luis de Deus na prefeitura. Circunstâncias específicas contribuíram para isso e elas não se repetiriam em 2008. Muitos pensavam (começando pelos dirigentes do comitê de campanha do PSB) que a vitória dele era inevitável e alguns fatores contribuíam para isso. Caires tinha a máquina da prefeitura nas mãos e o apoio declarado dos governos estadual e municipal, ou seja fatores que antes favoreciam Luis de Deus agora estavam ao lado dele. Mas as crises administrativas do governo Caires pesaram muito. O PT, pressionado por Paulo Rangel, rompe com ele, sendo seguido pelo grupo de Mário Negromonte. Este último conta com o vice-prefeito do seu lado e tenta por algumas vezes a cassação de Caires. Tudo isso por causa das disputas internas por cargos públicos. Em Paulo Afonso a disputa por tais cargos chegou a acabar com um casamento (sério, sem exagero). As crises do governo Caires vão até o terceiro ano do seu mandato. Nos dois primeiros anos conflitos com os servidores públicos, depois ele estabiliza a situação. O governo do PSB só melhora um pouco com a ascenção deo governador Wagner (PT) e o apoio de Lídice da Mata (deputada, PSB). Caires traz para Paulo Afonso o restaurante popular e ambulâncias especiais. Seus investimentos em saúde pública melhoram sua aprovação pelos eleitores. Com o apoio de Lula, Wagner e Lídice, Caires chega às eleições, depois de três anos tumultuosos, com relativo apoio popular e sua campanha teve uma grande adesão de uma parcela do povo. Mas a grande instabilidade de seu governo contrastou com a relativa estabilidade dos dezesseis anos de domínio do PFL.
Além disso dois fatores fundamentais explicam a popularidade de Caires neste ano eleitoral: a) o fato de Caires ser o candidato de Lula, que sempre teve votações expressivas em Paulo Afonso; b) a aversão que uma grande parcela da população da cidade tem para com Luis de Deus e seu grupo. Claro que o líder do DEM tem um grande apoio popular, se não fosse assim não teria vencido as várias eleições que ganhou, mas também é certo que uma grande parcela da população reprova sua tutela na política municipal. É claro que o apoio de Wagner também foi fundamental, ele, o governador, veio pessoalmente humilhar públicamente Paulo Rangel e seu candidato "laranja" na principal praça da cidade e declarar apoio a Caires. Mas Wagner é um nome umbilicalmente ligado à Lula e o fracasso da campanha de Caires deve se tornar um ítem importante para se avaliar se a popularidade do governador anda tão alta na cidade.
No final o PT colheu o que plantou: seu candidato teve uma votação ridícula e seus vereadores também. Nenhum foi eleito. Os que foram candidatos na eleição anterior baixaram sua votação, incluindo, e principalmente, o agora ex-vereador Dorival. Aliás a tentativa desesperada deste em tentar ser o vice de Caires, com apoio de Paulo Rangel (?), talvez seja o indício do pressentimento de sua trágica votação. Em Paulo Afonso um grupo do PT apresenta-se como defensor das tradições de luta do partido, são militantes da DS (democracia socialista). Seu candidato a vereador foi impugnado pelo próprio PT. Em Nova Glória, cidade vizinha, o PT foi, literalmente, comprado por Mário Negromonte. Uma situação tão vergonhosa que um militante histórico de lá recusou-se a sair candidato. O cerco está se fechando sobre esses militantes que ainda têm a perspectiva de uma luta socialista coerente, aos poucos a decadência ideológica e a regressão programática do PT impedirão qualquer pretensão política para estes setores.
Anilton teve mais de 50% dos votos, mais de três mil de diferença sobre Caires. Este teve mais de vinte e três mil votos e, mesmo tendo perdido, ainda é uma liderança forte e possivelmente um nome para 2012. Em Paulo Afonso cerca de 14.000 eleitores abstiveram-se, em sua grande maioria são trabalhadores e estudantes que moram fora. Essa abstenção talvez explique a derrota de Caires, mas é uma suposição. Nos últimos dias surgiram acusações e ameaças de investigação sobre compra de votos feitas pelo DEM. Tudo muito nebuloso. Anilton será candidato à reeleição em 2012? Talvez sim e talvez não, pode ser que seu titio o mande ir para o limbo novamente e chame outo parente.
Sinto-me no dever de informar que meu votei este ano em BRANCO. Meu partido (PSOL) não está organizado na cidade e nenhum candidato a prefeito ou vereador conquistou meu voto. Caires foi o candidato de Wagner, motivo suficiente para que eu não votasse nele (sou professor do Estado e tenho vergonha na cara), e é impossível para mim votar no DEM. Os outros três candidatos eram três farsas. Em 2012 talvez eu vote em alguém.

Aristóteles Lima Santana
para ver outros artigos dele acesse: www.aristoteleslima.blogspot.com/

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

ESSE É UM SET LIST E HOMANAGEM Á SÉRIE JAMES BOND 007


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segunda-feira, 6 de outubro de 2008